quinta-feira, 18 de abril de 2013

Quase-amores desencontrados

Da minha janela via-a!
Desisti do que fazia só para acompanhar aquele pisar
do chão que me fazia tremer.
Passava fulminante pelos cantos dos meus olhos,
maços de tabaco, na mesa desorganizada, aos molhos.
Não desviava a vista daquele ser que me parecia um
oásis no deserto. É certo que já tinha bebido uns copos,
mas isso não justificava o porquê de estar assim.
Lá de vez em quando acelerava o passo
e o compasso de espera que faço é só
mais um embaraço dos mais comuns que tenho.
Quero e preciso de desviar o meu olhar
até porque já começa a ser estranho.
Porra, que ela nunca mais desaparece...
Três, quatro minutos e sim, finalmente, ela já passou.
Nunca houve troca de olhares, palavras,
ou de qualquer outra forma de comunicação, mas eu
continuo a imaginá-la nua, despida.
Foi uma viagem sentida, chegou a hora da despedida.

terça-feira, 16 de abril de 2013

É mentira...


É mentira quando a vejo no parapeito,
com o ego bem mais alto que o seu peito
e me diz que é tão boa como o fundo de qualquer mar,
espantosa e profunda.
Gostaria de pensar que não passava de um sonho
mal sonhado, ou até mesmo um pesadelo, mas estas
mentiras porcas queimam mais que o fogo, o gelo.
As palavras que lhe voam dos lábios são veneno
e mente tão descaradamente quanto aquilo que os
próprios lhe permitem. Provavelmente as suas mentiras
entrelaçam-se nela como as próprias veias ou aranhas nas
teias. É mentira quando o amor que diz que sente
é o mesmo que a faz atirar-se a qualquer homem que
lhe mente com a mesma facilidade que ela o faz.
É mentira, porque ela é contraditória como as
estações do ano, as palavras que bebo dela são
puro veneno. Enganou-me em todas as idades, e vivo neste limbo
de que dentro deste casulo de mentiras possa vir a nascer
uma borboleta de verdades.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Erros educativos


Sermos novos não é só a maior desculpa do mundo para fazermos o que nos apetece sem qualquer aparente consequência. Há que começar a ter alguma noção do que o que fazemos não vai apenas afectar o sujeito que actua, mas sim, também, muitas das pessoas que se encontram à sua volta.
É tempo de ganhar noção de que as coisas, a vida não é como o que vemos nos filmes em que tudo é possível e estranhamente inconsequente.
É aqui que se formam pessoas, é aqui que se conhecem limites e regras que caso não sejam minimamente levadas a sério levariam o mundo ao maior dos caos. Na juventude aprendes a pensar, repensar e então depois a agir de acordo com o que te deixa de "consciência limpa" e tranquilo.

Sobretudo...
Na juventude, cometes erros, sim.
Mas aprendes com eles!

sábado, 12 de janeiro de 2013

Eu sou eu, com tudo o que sou

Existem esperanças. Toda a gente tem esperanças e ambições, sejam elas materiais ou espirituais, sejam grandes, médias ou pequenas, importem para o mundo ou não. Sejam elas tornarem-se no presidente da república do seu país,  ganharem dinheiro para o seu telemóvel de sonho, que haja paz no mundo, que consigam dar comida ao maior número de pessoas necessitadas, ou simplesmente acordarem de manhã e aproveitarem o seu dia como bem lhes apetece.

Pessoalmente enquadro-me seguramente nesta última categoria de pessoas. A categoria destas pessoas que acordam de manhã, sem saber o que fazer, que vão levando o seu dia, tomando as suas decisões de acordo com os seus ideais, de acordo com as suas moralidades. Quando acordo, não penso - hoje vou fazer tudo para ser piloto de Fórmula 1.

Acordo sim, a pensar - espero que o dia hoje me corra o melhor possível e que consiga evoluir como pessoa, como ser humano, melhorar os meus defeitos e aperfeiçoar as minhas virtudes, espero não magoar ninguém, espero que, se a oportunidade surgir, conseguir ajudar alguém, espero no fundo que quando hoje me deitar (assim como em outro qualquer dia) tenha a sensação de que sou boa pessoa, que me mantenho fiel a mim mesmo, sem seguir tendências, modelos, modas, costumes, preceitos, normas, ou qualquer outra palavra que defina uma forma de actuar que não seja a nossa, mas sim ter os pés bem assentes neste chão que é igual para todos e continuar de cabeça erguida com a minha auto-confiança, a ser eu mesmo só porque sim, só porque é assim que me sinto bem.

Todos os dias acordo e o meu maior medo é esse: Deixar de ser eu!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Amo de coração!

É de noite, estou deitado no chão num tapete que parece saído daqueles filmes da disney, o Aladino, cheio de pêlo quer dele, quer do gato preto da dona da casa.
Tenho uma foca ao colo, ela diz-me convicta que gosta de mim, já eu acho que não. Existe também o tal gato que de momento me olha de soslaio quando o atiço para que venha junto de mim. Ele até é um gato giro, pena que estes animais não sejam as criaturas pelas quais tenha mais apreço.
Este mundo é feito de surrealismos que encontramos nos cantos mais incríveis e inesperados das nossas perenes vidas. Parecem saídos de qualquer filme de média/grande qualidade do Woody Allen (para quem gosta).
O mesmo gato pelo qual não nutro nenhum sentimento por aí além (assim como que por outras coisas/pessoas) sobe para cima de mim e sente os meus fracos sentimentos, a minha fraca saudade, a minha fraca respiração, porque não amo toda a gente.
Mas quem amo, amo de coração!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Inconscientemente vivo.

Queria que fizesses sentido, porque eu sou assim: calmo, racional, consciente e
com a mania de que tudo o que se passa, acontece, tem que fazer sentido apenas
pela satisfação e felicidade que isso me proporciona de uma forma tão estranha
que chega a ser inexplicável.
Mas por vezes esqueço-me que muitos dos mais belos momentos da vida são aqueles que não fazem o mínimo de sentido para qualquer pessoa que se considere "normal".

Talvez eu não precise desses momentos, e a minha calma interior me forneça todas essas circunstâncias
sem que eu sequer me aperceba - é isso - inconscientemente passo pelos
melhores momentos da minha vida e acabo por não os aproveitar por serem isso mesmo...

Inconscientes.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Olhos de alma

Olhas para o vazio, olhas para o nada
olhas como um escritor olha para uma estória inacabada.
Nesses olhos vejo mais que mil imagens
Imagens do que passas-te
e de experiências que já tens.
O brilho natural que voa deles
cega-me e perco-me neles...profundamente.
Esse abismo circular de beleza
só podia pertencer a tal princesa
e por mais que os tente perceber,
acabo sempre por não entender o que estás a sentir.
Será raiva, alegria,
tristeza ou melancolia?
quem me dera saber...
dava a alma para os entender!